Quase 20% da população de Gravataí, idosos buscam tratamentos para melhor qualidade de vida

Quase 20% da população de Gravataí, idosos buscam tratamentos para melhor qualidade de vida
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Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coletados no Censo 2022, indicam que Gravataí possui mais de 265 mil habitantes. Destes, aproximadamente 18% são idosos. Estudos também indicam que a tendência é de aumento da expectativa de vida ao nascer para os brasileiros. Há dois anos, a projeção era de 72 anos para homens e 79 anos para as mulheres. Frente a este cenário, ações voltadas à promoção da saúde e melhor qualidade de vida na terceira idade têm sido fundamentais e contribuído para a longevidade.

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Pesquisa divulgada pela Secretaria Municipal da Saúde, em novembro do ano passado, evidencia o crescimento, de forma geral, da população acima dos 60 anos na cidade. Na ocasião, o município contava com 15 mulheres centenárias e 125 cidadãos na faixa de 95 a 99 anos. Mas qual seria o segredo para uma vida mais longeva?

O Giro de Gravataí conversou sobre o tema com alguns especialistas da Clínica Salute que foram unânimes na resposta: manter um estilo de vida saudável, cuidando da mente e corpo; procurar se manter ativo no dia a dia; reservar tempo para a convivência social e atividades de preferência que corroborem para o bem-estar; cuidar da saúde não apenas por meio da medicina curativa, mas também de forma preventiva.

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A reportagem ouviu profissionais da Fisioterapia, Reumatologia e Psiquiatria, além de um casal de idosos que consulta regularmente na Salute, que dispõe de mais de 30 especialidades, auxiliando no cuidado integral com a saúde. A fisioterapeuta e os médicos fizeram referência às patologias e condições mais recorrentes na terceira idade, bem como explicaram tratamentos e principais recomendações aos pacientes em um contexto geral. Os moradores relataram como as sessões fisioterápicas têm ajudado na reabilitação após lesões e proporcionado maior disposição para as atividades cotidianas.

Com a fisioterapia, Miguel recuperou movimentos do braço direito, após uma fratura. Foto: Elisama Telles/Giro de Gravataí/Especial

Fisioterapia na reabilitação e recurso preventivo

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Com o envelhecimento, são comuns algumas alterações no organismo. Há, por exemplo, diminuição da acuidade visual e da audição. E esses, consequentemente, estão entre os fatores que mais provocam quedas nos idosos, situação frequente nos consultórios de Fisioterapia quando se trata de pacientes na terceira idade. De acordo com o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia, aproximadamente 40% da população acima dos 80 anos sofre quedas anualmente.

A fisioterapeuta Jessica Passos destaca que além das perdas visuais e auditivas, o déficit de equilíbrio, a propriocepção (capacidade em reconhecer a localização espacial do corpo, posição e orientação) e a disposição de objetos pela casa também são aspectos comumente associados às quedas de idosos. “Sem falar na artrose e o processo de osteopenia (perda gradual de massa óssea), que podem causar fraturas”, acrescenta. Segundo a profissional, muitas vezes, medidas simples no dia a dia ajudam a evitar as quedas das pessoas nessa faixa etária. “O uso de calçado adequado, que não dificulte a caminhada; cuidar os tapetes e os acessos em lugares onde o piso pode ser escorregadio, por exemplo”, frisa.

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Quanto ao tratamento e recuperação do paciente que inicia a fisioterapia após uma queda, Jessica explica que depende muito da gravidade da fratura e da forma como o idoso responde aos exercícios. Ela explica que o propósito das sessões fisioterápicas é fazer com que o paciente retome suas atividades, tendo a dor minimizada depois de uma fratura ou ruptura, bem como o fortalecimento do membro afetado. “Mas, independentemente da idade, é muito importante a forma como ele é estimulado. E a parte psicossocial conta muito nesses casos”, afirma.

Senhora de 80 anos mantém o foco nos exercícios recomendados por Jéssica. Foto: Elisama Telles/Giro de Gravataí/Especial

Nas situações nas quais é recomendada a fisioterapia a um idoso acamado, existem algumas especificidades. “O processo envolve mais áreas, como a parte cardiorrespiratória, evitando o acúmulo de líquidos no pulmão, a troca de decúbito (posição do paciente deitado) para evitar lesões causadas pela pressão ou deformidades pela permanência na mesma postura”, ressalta a fisioterapeuta da Salute.

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Jessica comenta que apesar da fisioterapia ser uma solução procurada, na maioria das vezes, para reabilitação do paciente, tem crescido o número de pessoas que buscam a especialidade como forma preventiva e um recurso benéfico para o envelhecimento saudável. “Há pacientes com vinte e poucos anos já pensando nisso, vendo a fisioterapia como prevenção e não associando apenas a reabilitação”, salienta.

“A fisioterapia preventiva na maior idade tem o objetivo de diminuir as alterações que possam causar limitações para esse indivíduo”, indica Jessica, alertando que a meta é que o paciente tenha a maior independência possível na rotina diária e possa executar as ações sem riscos. Depois dos 60 anos, a fisioterapia preventiva pode ajudar em aspectos como o fortalecimento das pernas, o que auxilia na função cardiovascular e mantém o idoso ativo.

Depois dos 80 anos, o ritmo diminuiu, mas ficar parados não é o plano!

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O casal Nilza e Miguel Rodrigues de Oliveira, residente no bairro Castelo Branco, realiza sessões de fisioterapia na Salute desde fevereiro. Ela tem 80 anos e passou a utilizar andador para caminhar depois de sofrer um acidente vascular cerebral (AVC). Também teve várias quedas, ocasionadas pela falta de equilíbrio. Ele, aos 84 anos, faz o tratamento para recuperar movimentos e fortalecer o braço direito após uma fratura no ombro, consequente de uma queda no ano passado.

A idosa sofreu o AVC em 2018 e ficou um período acamada. Posteriormente, iniciou a fisioterapia e passou a usar o andador. Contudo, um pouco desanimada, interrompeu o tratamento. Com o incentivo da família e a necessidade do esposo também fazer o tratamento, voltou a consultar, desta vez na Salute, e gostou muito do atendimento de Jessica. “Uma querida ela. E muito atenciosa com a gente. Eu tinha a perna torta para o lado, agora não está mais”, comentou a senhora enquanto mostrava que a postura havia melhorado com os exercícios praticados e as recomendações da fisioterapeuta.

Nilza relata que sempre foi muito ativa, dedicando-se às tarefas do lar e passeando. Miguel e ela sempre gostaram muito dos eventos da igreja, não dispensando, inclusive, os bailes promovidos em programações das paróquias da cidade. “Vinha a pé da minha casa até o Centro, caminhava por tudo. Agora ainda faço alguma coisa em casa, mas fico cansada”, alega a senhora.

Embora o ritmo não seja mais o mesmo, os idosos revelam que a fisioterapia tem trazido benefícios. “Eu saia bastante, fazia tudo na rua, agora não faço mais. Depois da cirurgia, mudou tudo. Se sair, eu tenho que ir de bengala. Mas eu não movimentava esse braço. Não conseguia nem passar o pente no cabelo, agora consigo”, conta Miguel, que trabalhou como eletricista até a aposentadoria e adora Carnaval, tendo inclusive integrado a bateria da Acadêmicos de Gravataí.

O casal ressalta que os exercícios, desenvolvidos semanalmente na Salute – que dispõe de uma sala bem equipada para as sessões de fisioterapia –, tem feito com que se sintam um pouco mais fortes e dispostos no cotidiano. “Eu vou na igreja, mas gosto de ir com companhia porque tenho medo de cair. Vou caminhando, com andador, levava meia hora para passar três casas. Agora vou mais ligeirinho um pouco”, comemora Nilza. O ânimo dos idosos após o início do tratamento também é destacado pela família. “Eles estão mais alegres, com autoestima. A forma como a Jessica interage com eles, trouxe mais vida”, diz Tânia, uma das filhas.

Os pacientes melhoraram a postura, sentem menos dores e, mesmo com algumas limitações, conseguem fazer tarefas que antes eram desafios. Miguel, por exemplo, devido ao problema no braço, não conseguia se vestir sozinho, ação já recuperada. A esposa mantém na rotina atividades que gosta, como cozinhar e fazer crochê. Além da prática de exercícios em casa sugeridos pela fisioterapeuta da Salute, os moradores dormem bem, o que é muito bom para a saúde. A qualidade do sono é imprescindível para o funcionamento do organismo e, com isso, bons resultados nos tratamentos.

Na expectativa de que a fisioterapia proporcione ainda mais avanços nos seus quadros, Nilza e Miguel vão assiduamente à clínica. Eles são atendidos por Jessica separadamente, sendo que cada consulta tem duração de 30 minutos. A fisioterapeuta explica que é importante que cada paciente tenha o seu momento, concentre-se nos próprios exercícios.

Nilza caminha com auxílio de andador, porém já conseguiu melhorar a postura. Foto: Elisama Telles/Giro de Gravataí/Especial

Prevenção e tratamento de pacientes com reumatismo

Quando o assunto é saúde dos idosos, um tema é frequente: doenças reumatológicas. “Uma das doenças reumatológicas mais comum após os 60 anos é a artrite reumatoide, principalmente em mulheres. Estudos demonstram que a prevalência é de 0,5 a 1% da população, percentual que varia para cada região do Brasil”, afirma a médica Luciana Gonçalves.

A especialista em Reumatologia salienta que há outras patologias com grande incidência na terceira idade. “A polimialgia reumática (inflamação que provoca dor e rigidez no pescoço, ombros e quadril) acomete tipicamente idosos em torno dos 70 anos. Temos a osteoporose, doença sistêmica do esqueleto, causada por baixa massa óssea, que afeta cerca de 40% das mulheres e 13% dos homens acima de 50 anos”, aponta.

Tratando-se de patologias autoimunes (próprio sistema imunológico ataca o organismo), como a artrite reumatoide, o tratamento inclui medicamentos que modificam o curso da doença, sendo que prescrição muda segundo o quadro e condições específicas de cada paciente. Conforme Dra. Luciana, também são benéficos exercícios físicos orientados, fisioterapia e terapia ocupacional.

A reumatologista argumenta que a prevenção é sempre uma aliada à saúde. Por isso, hábitos saudáveis também ajudam a evitar problemas relacionados às articulações, musculatura, alterações de coluna e tendões. A prática de atividades físicas sob orientação de profissionais capacitados e a alimentação adequada, com dieta recomendada por um nutricionista, são essenciais. “O reforço muscular é de suma importância, não só para prevenir, como coadjuvante no tratamento de alterações como a artrose das articulações. A ingestão diária de leite e derivados também contribui para uma saúde óssea, necessária para o não aparecimento da osteoporose”, completa a médica.

De acordo com a especialista, a prioridade é, por meio do tratamento, possibilitar que o paciente com reumatismo consiga realizar as atividades diárias básicas e, depois, faça da prática de exercícios físicos uma ferramenta para gerar bem-estar, evitar a sarcopenia (condição na qual alterações da musculatura esquelética implicam na redução da força e massa muscular) e melhorar o fôlego. Dra. Luciana sugere que uma dica é que a atividade física seja realizada em grupo, oportunizando ao idoso criar vínculos e amizades. A socialização é fundamental, inclusive, para prevenir distúrbios psíquicos.

Cuidar da mente também é prioridade

De acordo com os profissionais de Psiquiatria da Clínica Salute, entre os pacientes idosos, os quadros mais frequentes no consultório estão associados a depressão e demências. A Doença de Alzheimer é uma das mais incidentes na população idosa. Trata-se de um transtorno neurodegenerativo cuja progressão compromete a capacidade cognitiva e a memória. A patologia acarreta ainda em alterações comportamentais.

Quando não há medidas curativas, os psiquiatras indicam tratamentos que visam retardar os efeitos das patologias. Contudo, os especialistas alertam que a prevenção é uma alternativa para todos que almejam melhor qualidade de vida, um envelhecimento saudável. Para a qualidade da saúde mental, são aconselhados exercícios cognitivos, como palavras cruzadas; convívio social e participação do idoso nas atividades domésticas; bom sono e horários definidos para alimentação.

Manter-se ativo na terceira idade faz toda a diferença na saúde, especialmente através de atividades que elevam a sensação de bem-estar. Muitos idosos residentes na cidade já atentaram para estes fatos e participam de grupos de danças e esportes, que estimulam não só o movimento, mas a interação pessoal. “E nós, aqui na Salute, ficamos muito felizes em contribuir para a qualidade de vida dos idosos do município, oferecendo estrutura completa para os atendimentos, desde exames diagnósticos às consultas em diversas especialidades”, salienta o diretor da clínica de Gravataí, Eduardo Irigoyen.

Pacientes adoram o cuidado e a simpatia com que são atendidos pela fisioterapeuta. Foto: Elisama Telles/Giro de Gravataí/Especial

Outras dicas para os idosos:

– Para evitar quedas e tornar a circulação mais segura dentro de casa, coloque lâmpada/lanterna e telefone perto da cama; não deixe objetos espalhados pelo chão; organize os móveis de maneira que tenha um caminho livre para passar; remova tapetes que podem ocasionar escorregões; instale barras de apoio onde necessário. Use sapatos com sola antiderrapante, uma calçadeira ou sente-se para colocar o calçado.

– Consulte o médico regularmente, fazendo exames oftalmológicos, físicos e demais avaliações que podem auxiliar na detecção de doenças, como problemas cardíacos e pressão alta.

– Com ajuda de um nutricionista, defina uma dieta adequada para o seu perfil, necessidades e condições de saúde.

– Exercite a memória e atenção por meio de exercícios cognitivos: jogos que envolvam raciocínio, leitura, trabalhos manuais, entre outras atividades.

 

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