Especialistas em saúde e limpeza alertam sobre cuidados no retorno à casa após inundações

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À população que reside em áreas nas quais já é possível retornar à casa após as inundações no Rio Grande do Sul e aos que poderão fazê-lo quando houver segurança, especialistas em saúde e limpeza orientam precaução, sobretudo para evitar o contato com objetos contaminados. A Vigilância em Saúde de Cachoeirinha, uma das cidades mais afetadas pela catástrofe na região, fornece algumas dicas para os moradores diretamente impactados pelas chuvas. Confira a seguir.

Antes de entrar em uma casa alagada:

• Verifique se a casa ou a localidade não foi interditada pela Defesa Civil.
• Desligue a energia elétrica.
• Após o nível da água baixar, é importante que um profissional eletricista revise a instalação elétrica do imóvel antes de religar os disjuntores.
• Se houver rompimento de fios, mantenha distância e contate a concessionária de energia elétrica.
• Use botas e luvas de borracha. Se não for possível, utilize um saco plástico duplo.
• Após o contato com a lama ou água das enchentes, lave as mãos e outras partes do corpo expostas com água limpa e sabão para evitar infecções e doenças.
• Certifique-se de estar com a vacinação contra tétano em dia, especialmente se houver risco de ferimentos por objetos contaminados durante a limpeza.

Perigos específicos para pessoas com crianças ou animais de estimação:

• Não permita que crianças e animais de estimação brinquem na água e na lama das enchentes, pois podem ficar doentes.
• Ao remover entulhos e sujeiras, cuidado para não ser picado por cobra, escorpião ou aranhas, que podem ter sido transportados pela enchente.

Remoção da água da casa:

• Entulhos e lixo devem ser colocados em frente às moradias para serem recolhidos pelos serviços de coleta.
• Não misture os entulhos do desastre com perecíveis vencidos, eletrônicos e eletrodomésticos. Limpeza e desinfecção de superfícies:
• Para pisos, paredes, bancadas e quintal, utilize água e sabão. Em seguida, desinfete as superfícies com uma mistura de água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%) na proporção de 200 ml para um balde com 20 litros de água limpa, deixando agir por 30 minutos.
• Para utensílios domésticos, lave com água e sabão e depois deixe de molho por pelo menos 1 hora em uma solução desinfetante composta por 200 ml de água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%) e 800 ml de água limpa.
• Mobílias devem ser limpas com água morna e sabão neutro. Para desinfetar, utilize desinfetantes domésticos seguros para o tipo de material das mobílias. Após a limpeza e desinfecção, deixe as mobílias secarem completamente ao ar livre.
• Estofados, se possível, remova-os dos móveis e lave com água morna e sabão. Para desinfetar, use produtos específicos para tecidos ou estofados. Limpeza de objetos pessoais:
• Roupas devem ser lavadas separadamente com água quente e sabão, ficando de molho por pelo menos 30 minutos antes da lavagem. Secar à luz do sol e verificar manchas de mofo.
• Use água sanitária (hipoclorito de sódio a 2,5%) para desinfecção.
• Não misture produtos químicos por conta própria. Descarte seguro de materiais:
• Panos e vassouras utilizados na higienização e desinfecção devem ser descartados após o uso.
• Procure atendimento médico se apresentar sintomas como febre, dor de cabeça, dor muscular, falta de apetite e náuseas/vômitos.

O biólogo e coordenador do Departamento de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde, João Henrique Lima, destaca ainda a importância de tomar cuidado com roedores. “A população deve proteger principalmente os membros inferiores, os pés e as pernas, contra qualquer acúmulo de água, pois a leptospirose é causada por uma bactéria que penetra na pele, especialmente se houver ferimentos. É importante destacar que a leptospirose é uma doença de difícil detecção, ainda mais com a sobrecarga hospitalar e laboratorial atual”, ressalta. Não há tratamento preventivo contra a leptospirose, mas a vacina contra o tétano está disponível em todas as unidades de saúde.

*Com informações da Prefeitura de Cachoeirinha. Foto: Tiago Barbosa

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